RESISTINDO
A UMA TEOLOGIA PESSIMISTA
Eu
me converti a Cristo no final da década de 1980 e era um período de crescimento
da chamada igreja evangélica no Brasil, especialmente com o surgimento e expansão
das igrejas Neopentecostais e sua conhecida “Teologia da Prosperidade”.
Lembro
de um grande fervor evangelístico e a explosão da conhecida cultura “gospel” de
músicas, literatura e até filmes evangélicos que satisfaziam o paladar audiovisual
deste nicho da população em suas convicções religiosas.
Na
mesma época se popularizaram jargões evangélicos como: “tá amarrado”, “bênção”,
“amado”, “foi arrebatado”, “tá repreendido” e tantos outros se tornaram comuns
no meio igrejeiro e também no ambiente secular diário em algumas regiões do
país.
Também
se consolidaram e se popularizaram doutrinas e teologias que refletiam o
fundamentalismo norte-americano, em especial, a doutrina escatológica do Pré-Milenarismo
e suas formulações a respeito do futuro e os acontecimentos esperados
concernentes a igreja e esse mundo.
Em
linhas gerais essa teologia era o que poderíamos classificar como uma teologia
pessimista. Pessimista porque ela não contemplava nenhuma esperança futura para
este mundo.
Ela
ensinava uma separação da igreja e da sociedade em geral, percebendo-se as
demais esferas da criação de Deus como pecaminosas e sem possibilidade de
Redenção.
O mundo é um caso perdido até Cristo voltar. O crente deve concentrar a sua vida na igreja e nos “assuntos espirituais”. Tudo o que diz respeito ao mundo secular deve ser considerado estranho e maléfico à igreja. O cristão não tem nada para mudar no mundo porque tudo terminará no caos mesmo. A missão principal é a evangelização e trazer pessoas para a igreja.
O mundo é um caso perdido até Cristo voltar. O crente deve concentrar a sua vida na igreja e nos “assuntos espirituais”. Tudo o que diz respeito ao mundo secular deve ser considerado estranho e maléfico à igreja. O cristão não tem nada para mudar no mundo porque tudo terminará no caos mesmo. A missão principal é a evangelização e trazer pessoas para a igreja.
A
igreja nesta perspectiva pessimista se torna um tipo de “abrigo” para proteger os cristãos da influência do
mundo ao invés de ser “catalisador” para promover transformações através da
atuação dos cristãos no mundo.
Este
mundo será destruído e por isso, não faz sentido gastar tempo, energia e
recursos tentando cuidar e preservar o planeta. A sociedade vai se deteriorará mais e
mais, então não faz sentido envolvimento político e social para fomentar
mudanças positivas.
Este
tipo de teologia pessimista além de reforçar a dicotomia entre “sagrado” e “profano” em muitas tradições evangélicas, também
fortaleceu o isolamento da igreja em relação ao “mundo” e a tornou mais
alienada e omissa dos problemas e necessidades sociais que ela foi chamada para
responder (Mt 5:13-16).
Uma
teologia pessimista, que não nos identifica com a vocação cristã e o chamado
missional de Cristo para sermos agentes de transformação ao planeta e a
humanidade, certamente é um tipo de teologia que devemos resistir.
A
grande questão é: Como fazer resistência a um tipo de teologia tão popular no
meio cristão, e ao mesmo tempo, tão nociva para o ministério e a missão da
igreja?
Acredito que resistimos a uma teologia nociva e contagiosa com boa teologia e boa prática cristã!
Acredito que resistimos a uma teologia nociva e contagiosa com boa teologia e boa prática cristã!
A
boa teologia da Bíblia nos ensina que Todas as esferas da sociedade estão
debaixo da autoridade de Deus. O governo civil foi dado por Deus para nosso
benefício (Rm 13:1-7;1Pe 2:13-17).
A família foi criação de Deus assim como o trabalho, a arte e a escola. Jesus veio anunciando o evangelho do reino que proclama que Nele (Jesus) Deus está trazendo tudo debaixo de seu domínio e soberania. Jesus não é somente Senhor da igreja e na igreja, mas Jesus é Senhor de tudo e de todos (Ef 1:21,22; Fp 2:9-11; Ap 1:5; 19:16).
A família foi criação de Deus assim como o trabalho, a arte e a escola. Jesus veio anunciando o evangelho do reino que proclama que Nele (Jesus) Deus está trazendo tudo debaixo de seu domínio e soberania. Jesus não é somente Senhor da igreja e na igreja, mas Jesus é Senhor de tudo e de todos (Ef 1:21,22; Fp 2:9-11; Ap 1:5; 19:16).
“Na extensão total da vida humana não
há nenhum centímetro quadrado acerca do qual Cristo, que é o único soberano,
não declare: Isto é meu!”.
(Abraham Kuyper)
(Abraham Kuyper)
Não
estou dizendo que devemos alimentar uma noção ingênua de uma suposta evolução
cósmica ou social. O planeta está sendo destruído e caminha para um colapso e a sociedade afastada de
Cristo se entrega ao pecado e ao mal. Isto não significa que Deus em Cristo
deseja deixar as coisas como são e não tenha planejado mudar esta tendência e
que a igreja não tenha nenhuma papel a cumprir para mudar o quadro.
A Bíblia afirma que Deus vai restaurar e
redimir a Sua criação que geme (Rm 8:19-23), Ela está criando em Cristo uma
nova humanidade (Ef 2:8-10,15;2Co 5:17), e o fogo da Segunda vinda de Cristo será
um fogo purificador para trazer novos céus e nova terra ao invés de um fogo aniquilador e destruidor
do planeta (2 Pe 3:9-13; Ap 21:1-2).
A boa prática cristã inspirada por uma boa
teologia da nova criação de Deus nos impulsiona a continuar trabalhando para
sermos agentes de Deus na redenção e restauração do mundo e da humanidade.
Por causa desta perspectiva esperançosa do futuro
que a Bíblia revela, Paulo nos encoraja como igreja e como cristãos individuais
a nunca desistir de nosso trabalho em Cristo porque ele trará frutos de transformação
para agora e que permanecerão para a eternidade.
“Portanto, meus amados irmãos, sede
firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no
Senhor, o vosso trabalho não é vão.”
(1Co 15:58)
(1Co 15:58)
Paz
para sua casa
Joncilei
Comentários
Postar um comentário