A ESPERANÇA VIVA
“Bendito
seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme a sua grande
misericórdia, ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da
ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1 Pedro 1:3 NVI)
Esperança talvez esteja sendo uma das palavras mais repetidas e
mais ouvidas nestes dias de pandemia. Em meio a tantas incertezas, más notícias
e perdas, parece que o que mais desejamos e precisamos é ter esperança.
Esperança de que as coisas vão melhorar. Esperança de que embora
haverão perdas, elas serão menores do que as projeções anunciavam. Esperança de
que sairemos mais fortes, maduros, conscientes e melhores do que quando
entramos nesta crise.
Esperança é algo poderoso, necessário e transformador. Nem sempre,
porém, é compreendido, e por conta disso, muitas vezes não é experimentada por
muitas pessoas.
A concepção mundana de esperança parece ser a de que esperança é
sinônimo de otimismo. Um sentimento ingênuo de que as coisas não podem estar
tão ruins como parecem ou que, embora tudo esteja sendo difícil, no fim vai dar
tudo certo. Infelizmente, as coisas de fato podem ser tão ou mais difíceis do
que gostaríamos de acreditar e que uma saída ou solução não dependem
necessariamente dos meus sentimentos e pensamentos.
Esta concepção humana de esperança é equivocada porque acredita
que a esperança possa ser uma criação humana, um fruto da emoção e dos
pensamentos da pessoa. Ao contrário, a Bíblia nos mostra que a esperança é um
presente que Deus nos concede mediante a sua Graça (Rm 15:13; Cl 1:23; Tt 3:7;1Pe
1:3,21).
A Bíblia nos mostra que o ser humano alienado de Deus e das Suas promessas
é caracterizado, entre outras coisas, pela falta de esperança (Ef 2:12) e esta
verdade é confirmada pela revelação bíblica de que a esperança é um fruto do
novo nascimento em Cristo (Rm 8:24;Tt 3:7;1Pe 1:3).
O conceito de esperança permeia toda a Bíblia (Sl 146:5; Jr
17:7,8; Lm 3:21-24,26), e de forma especial, todo o Novo Testamento. O conceito
neotestamentário de esperança não se confunde a um desejo ilusório, nem a
disposição mental otimista, mas essencialmente, esperança, segundo o Novo
Testamento, é uma segurança completa ou forte confiança de que Deus fará o bem
no futuro
(Hb 6:11;1Pe 1:13).
(Hb 6:11;1Pe 1:13).
A esperança bíblica não é vazia, nem circunstancial e muito menos
enganadora, mas o apóstolo Pedro afirma que ela é viva e vivificadora. Qual é o fundamento desta esperança viva
segundo Pedro? O que pode apoiar a nossa
esperança em tempos de sofrimento, incertezas e perdas?
Pedro responde afirmando que a ressurreição de Cristo é o
fundamento essencial da esperança cristã! Podemos pensar: “mas o que a
ressurreição de Cristo trouxe que a torna o grande fundamento da nossa
esperança? Paulo nos esclarece que a ressurreição
de Cristo trouxe a vitória sobre os nossos maiores inimigos: a morte
e o pecado. “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e
ainda permaneceis nos vossos pecados.” (1Co 15:17).
Na cruz, Jesus levou os nossos pecados, mas na ressurreição Ele
venceu o pecado e a morte
(Jo 11:25-26;1Co 15:26). Tanto Pedro como Paulo nos ensinam que a nossa esperança não se limita a esta vida e a realidade presente de sofrimentos ou prazeres temporários (1Co 15:19;2Co 4:16-18), mas é uma esperança que transcende esta vida terrena e nos coloca em um trilho que aponta para a eternidade. A morte e o sofrimento não têm o poder de roubar a nossa esperança em Cristo. Em Cristo ansiamos por algo maior e melhor além do que podemos experimentar aqui e agora.
(Jo 11:25-26;1Co 15:26). Tanto Pedro como Paulo nos ensinam que a nossa esperança não se limita a esta vida e a realidade presente de sofrimentos ou prazeres temporários (1Co 15:19;2Co 4:16-18), mas é uma esperança que transcende esta vida terrena e nos coloca em um trilho que aponta para a eternidade. A morte e o sofrimento não têm o poder de roubar a nossa esperança em Cristo. Em Cristo ansiamos por algo maior e melhor além do que podemos experimentar aqui e agora.
Uma questão de grande relevância para nossa reflexão seria: “de que forma a
esperança viva em Cristo e na ressurreição nos ajuda a enfrentar e a ministrar
em tempos de pandemia?”
Acredito que o testemunho histórico de como a igreja reagiu a
períodos específicos de epidemia que assolaram o império romano nos ajudam a
entender qual deve ser a nossa resposta.
·
A epidemia da varíola (165 d.C.) –
Esta epidemia durante 15 anos varreu cerca de um quarto da população do
império.
·
A epidemia da rubéola (251 d.C.) –
Igualmente violenta atingindo igualmente cidades e áreas rurais.
Como a esperança cristã influenciou os
cristãos e como eles responderam a estas epidemias?
·
Com Esperança de um futuro melhor – Enquanto
o paganismo e as filosofias helênicas não viam sentido em
desastres naturais e epidemias, o cristianismo, por outro lado, acostumado ao
sofrimento nutriu uma visão esperançosa do futuro confiando em Deus.
·
Com amor e serviço cristão
– Enquanto os pagãos fugiam e muitas vezes abandonaram os seus por não
conseguirem explicar e aturar o sofrimento e não terem esperança, os cristãos
ficavam e cuidavam não apenas de seus irmãos, mas da população em geral.
A igreja empreendeu um esforço de enfermagem heroico, muitas vezes a custo da própria vida.
A igreja empreendeu um esforço de enfermagem heroico, muitas vezes a custo da própria vida.
A esperança viva em Cristo não nos torna intocáveis ou protegidos
sobrenaturalmente de todo mal e sofrimento, precisamos ser prudentes e tomar
todos os cuidados necessários, mas pode nos fazer humildes e dependentes de
Deus e nos tornar desapegados e generosos com nossos recursos para o bem de
outros.
Em síntese: A esperança viva não transforma a situação ao meu
redor, mas certamente ela transforma o meu coração e faz com que eu me torne
agente de mudança substituindo o egoísmo e auto proteção pela compaixão e
solidariedade.
Paz para sua casa
Joncilei
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